sexta-feira, 18 de junho de 2010

Inglaterra joga muito mal, tropeça na Argélia e fica em terceiro no Grupo C

English Team não sai do zero em jogo sofrível e agora tem de bater a Eslovênia, na última rodada, para avançar às oitavas de final.

principes william harry inglaterra argélia

Príncipes ingleses William e Harry aplaudem antes do jogo.

Inglaterra e Argélia machucaram a Jabulani. A bola oficial da Copa do Mundo, que já anda apanhando feio de jogadores e técnicos, passou maus bocados nesta sexta-feira, no Green Point Stadium, na Cidade do Cabo. O jogo, válido pela segunda rodada do Grupo C, terminou num insosso 0 a 0.

Com esse resultado, os Estados Unidos, mesmo sem terem vencido nenhum jogo, seguem em segundo lugar, com dois pontos. Levam a melhor sobre o English Team, que também tem dois, porque marcaram mais gols (3 contra 1). Já a Argélia, que somou seu primeiro ponto no Mundial, é lanterna. A Eslovênia lidera com quatro. Na rodada final, os ingleses têm de derrotar os eslovenos para assegurar uma das vagas do grupo nas oitavas de final.

Jogo ruim desde o começo

Um primeiro tempo arrastado, chato, sonolento. Os torcedores que foram ao Green Point, nesta sexta-feira (ingleses eram maioria), só se levantaram de suas cadeiras na hora da execução dos hinos nacionais. No mais, tédio. A Inglaterra tentava tomar a iniciativa, mas esbarrava na boa marcação da Argélia, que alinhou três zagueiros: Bougherra, que colou em Rooney, Yahia, que vigiou Heskey de perto. Na sobra, Halliche limpava a área.

Sem criatividade, com Gerrard errando passes simples e Lampard tocando apenas de lado, os dois atacantes ficaram completamente isolados. A bola vinha mais pelo alto e a zaga argelina levou a vantagem na maioria das vezes. A equipe africana, por sua vez, tentava fazer um jogo esperto: na marcação, nove jogadores atrás da linha da bola. Quando retomavam a posse, se mandavam para frente, com Boudebouz aberto pela direita e Ziane, jogador mais perigoso do time no primeiro tempo, pela esquerda.

A única chance real de gol criada pelo English Team foi criada aos 32 minutos, justamente quando a equipe comandada pelo italiano Fabio Capello colocou a bola no chão e fez o jogo que seja se espera: Gerrard dominou no meio, abriu para Johnson, que cruzou para a área. A zaga afastou, mas Lampard ficou com a sobra. O meia do Chelsea bateu de esquerda e obrigou o goleiro M'Bolhi a espalmar.

lampard lamenta, inglaterra x argélia
Lampard lamenta ter perdido uma das poucas
chances inglesas no jogo.

Aliás, M'Bolhi substituiu Chaouchi, que falhou na estreia contra a Eslovênia, e não jogou nesta sexta por causa de uma lesão no joelho. Pelo lado inglês, também houve mudança no gol. Robert Green, que engoliu um enorme e indigesto peru na primeira rodada, diante dos Estados Unidos, ficou no banco. David 'Calamidade' James jogou e também andou dando uns sustos, fazendo jus ao apelido. O primeiro logo aos quatro minutos, quando a bola veio pelo alto, em cima dele. Em vez de encaixar, o que seria natural, ele esmurrou a bola e a mandou para cima, arrancando um “uhhhhh” do Green Point.

Apesar do susto, James não teve muito trabalho. A Argélia também demorou a conseguir armar uma jogada. E mesmo assim, contando com a ajuda dos ingleses: aos 34, quando Barry perdeu a bola no meio de campo, Ziani foi lançado na esquerda. O rápido atacante cortou para o meio e chutou forte de direita. A bola passou à esquerda, com perigo.

Segunda etapa é igualmente ruim

Após observar a Inglaterra no primeiro tempo, a Argélia voltou do intervalo com uma certeza: o bicho não era tão feio. Assim, adiantou sua marcação, pressionou a saída de bola dos ingleses e tentou ameaçar logo na saída. Mas o problema é que faltou qualidade técnica na hora de se aproximar da área inglesa. Ziane e Boudebouz tentavam tabelas para se aproximar de Matmour, mas erravam passes.

Gerrard e Bougherra, inglaterra x argélia
Gerrard tenta se livrar da marcação do argelino Bougherra.

O time inglês continuava sonolento. Insistindo demais em jogadas pelo meio. Heskey, dentro da área, ficava desesperado porque nem os alas, nem Lennon, que deveria aparecer pela direita, não chegavam à linha de fundo. Muito menos a bola. Na única bola que recebeu em condições, aos 24, Heskey foi prensado na hora H pelo zagueiro Yahia.

Substituições de nada adiantam

Fabio Capello Inglaterra X Argélia
Fabio Capello foi pura irritação.

O técnico Fabio Capello tentou arrumar isso colocando Shaun Wright-Phillips na vaga de Lennon. Só que, em seguida, tirou Heskey para colocar Defoe. Aí que a Inglaterra não chegou mesmo. Gerrard continuava apagado. Lampard, então, mal foi visto em campo. Com ambos apagados, o English Team apresentava um jogo abaixo da crítica. E Rooney? Ninguém sabe, ninguém viu.

A paciência dos 64.100 torcedores se esgotou aos 40 minutos, quando Gerrard tentou mandar uma bomba da intermediária e saiu apenas um tirinho fraco, rasteiro, para longe do gol. Ainda houve tempo para a entrada do grandalhão Crouch, que nada fez. O Green Point vaiou alto o time inglês. Um jogo para se esquecer.

EUA reagem e evitam vaga antecipada da Eslovênia

Ao ritmo da frase mais famosa do seu presidente Barack Obama (Yes, We can! ou Sim, nós podemos!), os Estados Unidos mostraram um poder de reação incrível diante da Eslovênia. No primeiro tempo, a equipe do técnico Bob Bradley levou dois gols e ficou na roda. Na etapa final, foi guerreira para arrancar o empate por 2 a 2, no estádio Ellis Park, em Johanesburgo.

O resultado frustrou os eslovenos, que chegaram a sentir o gosto da classificação antecipada para as oitavas de final da Copa do Mundo. Ainda assim, o time do leste europeu chega a quatro pontos e lidera o grupo C pelo menos até o jogo do período da tarde entre Inglaterra e Argélia.

Com dois pontos, Estados Unidos, por sua vez, começam a virar o "rei dos empates" na Copa do Mundo. A classificação da chave é completada por ingleses (um ponto) e argelinos (nenhum).

A rodada de definição do grupo, na quarta-feira da semana que vem, vai reunir os confrontos entre Eslovênia x Inglaterra e Estados Unidos x Argélia. A partidas estão marcadas para 11 horas.

O Jogo - O início do encontro entre eslovenos e norte-americanos mais parecia um clássico decisivo entre Argentina e Uruguai. Na primeira disputa no meio-campo, Ljubijankovic levou uma cotovelada de Bradley e foi a nocaute. Inseguro, o árbitro Koman Coulibaly, de Mali, decidiu contemporizar.

Os norte-americanos tinham razão em se preocupar com o adversário europeu. Dona de um eficiente toque de bola, a Eslovênia envolveu o rival e chegou ao gol rapidamente. Aos 13 minutos, Birsa recebeu com liberdade nas costas dos volantes da defesa e mandou a bomba de perna esquerda. A Jabulani partiu decidida ao canto esquerdo do goleiro Howard, que ficou sem reação.

Os Estados Unidos demoraram a entender o ritmo do jogo e pressionaram a partir dos 30 minutos. Primeiro, o canhoto Torres mostrou habilidade em cobrança de falta da meia direita e deu trabalho ao goleiro rival. Em seguida, Donavan estava livre na pequena área e tinha tudo para marcar, mas Brecko cortou de forma providencial o cruzamento que estava na direção do camisa 10 norte-americano.

Bem armada, a Eslovênia foi letal no contra-ataque e comemorou o segundo aos 42 minutos. A defesa norte-americana cochilou e permitiu Ljubijankovic invadir a área livre e rolar por baixo de Howard. Os norte-americanos reclamaram de impedimento no lance e foram furiosos para o descanso do intervalo.

No segundo tempo, Feilhaber e Edu foram as novidades na formação norte-americana. Mas os Estados Unidos diminuíram através de um jogador que já estava em campo. Aos três minutos, Donovan invadiu a área pela direita e, sem cerimônia, fuzilou. O goleiro Handanovic se assustou com o torpedo e desistiu de tentar a defesa. Ele preferiu virar o rosto para evitar o contato com a Jabulani.

O gol fez os norte-americanos buscarem com ímpeto a igualdade. Na base do abafa, chances foram criadas, mas a meta da Eslovênia permanecia intacta. Bem posicionado e concentrado, Handanovic brilhava com importantes defesas.

No fim, os norte-americanos apelaram para uma formação mais ofensiva e, enfim, alcançaram o empate. Michael Bradley, filho do técnico Bob Bradley, deixou tudo igual em um chute de bico. Para completar, Edu chegou a decretar a virada, só que a arbitragem anulou o lance sem muita explicação.

Filho do técnico Bob Bradley, Michael garantiu o empate norte-americano contra Eslovênia

Filho do técnico Bob Bradley, Michael garantiu o empate norte-americano contra Eslovênia

Inglaterra empata com Argélia e fica ameaçada

AFP

Assim como Alemanha e Espanha, a Inglaterra é outra seleção favorita a se complicar ainda na primeira fase da Copa do Mundo. Nesta sexta-feira, a seleção empatou sem gols com a Argélia, no Green Point Stadium, conquistou apenas seu segundo ponto em duas rodadas e caiu para a terceira colocação do grupo C.

Com isso, a decisão das duas vagas para as oitavas de final sairá no terceiro e último jogo. Neste momento, a Eslovênia lidera com quatro pontos ganhos, dois a mais que os Estados Unidos - que leva vantagem sobre a Inglaterra pelos critérios de desempate. A Argélia é lanterna, com um ponto. Na próxima rodada, os norte-americanos enfrentam os argelinos, enquanto a Inglaterra encara os eslovenos.

Diferentemente da estreia, quando começou bem e deixou escapar a vitória por conta de um frango do goleiro Green, a Inglaterra não atuou bem nesta sexta. Favorita para vencer, a equipe europeia quase foi surpreendida no primeiro tempo e só teve uma melhora sutil no retorno do intervalo.

O goleiro inglês James, que tomou a titularidade de Green, não teve muito trabalho diante do ataque da Argélia. Mas o mesmo aconteceu com Mbolhi na meta da equipe africana. Nem mesmo com as bolas alçadas na área para o atacante grandalhão Peter Crouch nos minutos finais do confronto.

O jogo - Os primeiros minutos foram mornos, os dois times trocavam passes no meio-campo e não criavam chances para marcar. Mas, dos 10 aos 20 minutos, os argelinos adiantaram a marcação e preocuparam a defesa rival a partir do momento em que dominaram a posse de bola no campo ofensivo.

A Inglaterra acordou aos 32 minutos da etapa inicial, quando Lampard pegou corte parcial da defesa e chutou, de dentro da área, nas mãos de Mbolhi. A resposta da Argélia foi em um rápido contragolpe no minuto seguinte: Ziani passou pela zaga e acertou um perigoso arremate de fora da área.

A equipe argelina passou a jogar atrás da linha do meio-campo, dificultando a penetração adversária. Com o equilíbrio das ações, o primeiro tempo ficou empatado sem gols. Resultado parcial ruim para as duas seleções, que viam Eslovênia e Estados Unidos com as duas primeiras posições da chave.

O primeiro lance mais claro de movimentar o placar aconteceu somente aos 25 minutos da etapa complementar. Heskey entrou na área, recebeu bom passe de Gerrard em diagonal e bateu cruzado. A bola poderia ter entrado direto, mas ainda desviou em Halliche e quase encobriu Mbolhi.

No final do segundo tempo, Fabio Capello desistiu de alternativas táticas. Aos 38 minutos, o técnico colocou Crouch no lugar de Barry para tentar levar a Inglaterra à vitória por meio do jogo aéreo. Não funcionou: o atacante mal encostou na bola, e o apito final decretou o segundo empate inglês.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

México vence jogo histórico e deixa a França a um passo da eliminação.

Resultado deixa Uruguai e México, que se enfrentam na última rodada, com a possibilidade de empatarem e irem juntos para as oitavas de final da Copa.

Em uma partida em que a tensão e a pressão pela vitória formavam a dupla com a qual ambas as equipes precisavam se preocupar - e com a qual somente uma delas soube lidar - o México venceu a França por 2 a 0 - gols de Hernández e de Blanco, este de pênalti - em um jogo ruim e de baixo nível técnico, e que aumentou a crise por que passa a equipe europeia, rachada e com o treinador sem apoio da maioria dos jogadores e da imprensa de seu país. Para os mexicanos, a vitória ainda entra para a história por ser a primeira contra os franceses em sete duelos - os franceses haviam vencido cinco e empatado um nos seis encontros anteriores.

Com o resultado, o México soma quatro pontos e está em segundo lugar no Grupo B, atrás do Uruguai no saldo de gols - dois, contra três dos sul-americanos. França e África do Sul somam um ponto, e se enfrentam na última rodada, com remotas chances de classificação, já que um empate entre mexicanos e uruguaios - que fazem o outro jogo do grupo - põe as duas seleções latino-americanas nas oitavas de final. Vale lembrar que o segundo colocado neste grupo enfrenta o primeiro colocado do Grupo A - provavelmente a Argentina. Os dois jogos acontecem no dia 22 de junho, ambos 11h (16h de Joanesburgo).

Antes da partida, uma cena emocionante: o lateral Evra, capitão da França, emocionou-se com a execução da Marselhesa - o Hino Nacional francês - e chorou. Confira a imagem no vídeo ao lado.

AFP

O jogo

Logo aos três minutos, os mexicanos mostraram que se armariam no contra-ataque para surpreender a defesa da França. Aos três minutos, em posição de impedimento, Giovani dos Santos recebeu a bola pela esquerda e acertou a trave de Lloris. Sete minutos depois, Vela recebeu lançamento de Rafa Márquez e chutou forte, mas a bola subiu demais e não ofereceu perigo para a França.

A França mantinha o time no campo de ataque, pressionando o México principalmente com Ribéry, mas o centroavante Anelka tinha de recuar muito para receber a bola, pois ela não chegava à área em condições de finalização. Com a defesa exposta, os franceses tinham que conter as subidas em velocidade dos três atacantes mexicanos e, pressionados, cediam laterais seguidos na defesa.

Em uma subida ao ataque de Salcido, o lateral passou pela defesa francesa pela esquerda e, de frente para Lloris, chutou de bico, em cima do goleiro francês, que salvou os Bleus de sofrerem o primeiro gol. Aos 29 minutos, Vela sentiu uma lesão na coxa direita e teve que ser substituído por Pablo Barrera, que, em seu primeiro lance, dividiu a bola no alto com Lloris e, por pouco, não fez o primeiro gol do México.

A tensão da partida aumentava na medida em que as defesas prevaleciam sobre os ataques, e as jogadas ofensivas não levavam perigo aos goleiros de ambas as equipes. Com mais posse de bola, os franceses chegavam com mais frequência ao ataque, principalmente pela direita, mas os cruzamentos não achavam os atacantes na área, muito em função do bom posicionamento da defesa mexicana. Na segunda metade do primeiro tempo, a França também acertou a marcação no meio-de-campo, forçando o México ao erro e, por consequência, diminuindo o perigo ao gol francês.

O segundo tempo começou com Gignac no lugar de Anelka no ataque francês, mas o que aumentou foi a tensão das duas equipes em campo. Uma pequena discussão entre Juárez e Malouda e uma entrada forte de Moreno em Ribéry renderam cartões amarelos aos mexicanos. A França conseguiu a primeira chance de gol aos nove minutos, com um chute forte de Malouda de fora da área, para boa defesa de Pérez.

Mostrando-se insatisfeito com a produção ofensiva da sua equipe, o técnico Javier Aguirre, do México, colocou o atacante Hernández no lugar do meia Juárez logo aos dez minutos da etapa final, na tentativa de diminuir o isolamento de Giovani dos Santos e Franco no campo francês. Como o panorama não mudou, Aguirre foi com tudo para o ataque, e pôs o veterano Blanco, de 37 anos, no lugar de Franco.

No lance seguinte, aos 19 minutos, Rafa Márquez fez um belo lançamento do campo de defesa para Hernández - eleito o melhor em campo pela Fifa - que, em posição duvidosa, recebeu livre no ataque, driblou o goleiro Lloris e abriu o placar, fazendo México 1 a 0. O gol forçou o técnico Raymond Domenech a mexer na equipe, tirando o meia Govou e pondo o atacante Valbuena em campo.

blanco gol frança méxico

Aos 33 minutos, com a França desesperada para empatar o jogo, o México ampliou o placar com o veterano Blanco, de pênalti, após Abidal cometer falta sobre Barrera no bico direito da grande área. Além de garantir a vitória mexicana, o gol põe Blanco como o único jogador mexicano a fazer gols em três Copas do Mundo - já havia marcado em 2002 e em 2006.

Após o segundo gol mexicano, a França pareceu se entregar em campo, não criando praticamente mais nenhum lance de perigo. Os mexicanos, por sua vez, tocavam a bola e esperavam o apito final do árbitro, que aconteceu após os três minutos de acréscimo. O técnico Raymond Domenech, que acompanhou impassível a derrocada de sua equipe, pareceu demonstrar alívio com o fim de mais um capítulo lamentável da história francesa na África do Sul.

Grécia faz história e vence pela primeira vez nas Copas

AFP

Treinador mais velho na África do Sul-2010, o alemão Otto Rehhagel, de 71 anos, parece predestinado a alcançar feitos importantes pela Grécia. Há seis anos, o comandante levou o país ao inédito título da Eurocopa. Nesta quinta-feira, fez parte do time grego que venceu pela primeira vez em uma Copa do Mundo. A vítima: a Nigéria, derrotada de virada por 2 a 1, no estádio Free State, em Bloemfontein.

Antes da partida, a Grécia nem sequer havia marcado um gol em Mundiais - passou em branco na participação anterior, em 1994. Contudo, Salpingidis e Torosidis fizeram a torcida soltar o grito diante de um rival que atuou com um a menos desde a etapa inicial pela expulsão de Kaita.

O resultado deixa a Argentina na liderança isolada do grupo B (seis pontos) e bem próxima da classificação para as oitavas de final. Os gregos estão com três ao lado da Coreia do Sul. A Nigéria segue sem pontuar. Todos os integrantes da chave permanecem vivos no torneio.

Na última rodada do grupo B, a Grécia decide seu futuro contra a Argentina, em Polokwane. Já a Nigéria encerra a participação na primeira fase diante da Coreia do Sul, em Durban. As partidas estão marcadas para o dia 22 (terça-feira).

O Jogo - A Grécia iniciou o confronto sem demonstrar qualquer evolução em relação à derrota contra a Coreia do Sul. Sem criatividade no meio-campo, a campeã da Europa de 2004 parecia um bando desorganizado. O time do técnico Otto Rehhagel não fazia jus à vaga no Mundial.

A Nigéria, aliás, também estava longe de empolgar. Ainda assim, o time africano aproveitou um lance de sorte para abrir o placar. Na cobrança de falta de Uche na esquerda, aos 16 minutos, Odemwingie encolheu o pescoço e deixou a bola passar direito. O goleiro Tzorvas acabou enganado na jogada.

O monotonia em campo foi encerrada em uma jogada infantil de Kaita. Aos 33 minutos, o meio-campista da Nigéria perdeu a cabeça e tentou agredir Torosidis em uma disputa em que a bola já havia saído de campo. Resultado: cartão vermelho.

O vacilo africano fez a Grécia mudar de postura. O técnico Otto Rehhagel colocou o atacante Samaras na vaga do zagueiro Papadopoulos. O gol de empate quase saiu aos 39 minutos, quando Haruna salvou em cima da linha a finalização do próprio Samaras.

Aos 44 minutos, a Grécia, enfim, empatou. Salpingidis mandou o torpedo de longe e comemorou o desvio de Haruna que matou o goleiro Enyeama. Foi o primeiro gol dos gregos na história do Mundial.

Para o segundo tempo, a Nigéria apostou na ousadia e resolveu medir forças mesmo com um a menos em campo. Os africanos tiveram uma oportunidade incrível de marcar o segundo gol, mas Obasi errou o alvo sem goleiro.

Até na Copa do Mundo, o famoso ditado "quem não faz, toma" não perdoa. A Grécia assegurou a virada aos 26 minutos. Enyeama não conseguiu segurar a bomba de Tziolis e permitiu o gol de Torosidis na sobra. Os gregos foram ao delírio em Bloemfontein.

Torosidis foi o autor do gol que deu aos gregos o primeiro triunfo na história da Copa do Mundo

Torosidis foi o autor do gol que deu aos gregos o primeiro triunfo na história da Copa do Mundo.

Messi e Higuain brilham em exibição de gala da Argentina

Maradona e Higuain comemoram goleada de 4 a 1 da Argentina sobre Coreia do Sul

Ao contrário do sofrimento das Eliminatórias, a Argentina mostra autoridade no grupo B da Copa do Mundo. Liderada por Messi, o melhor do mundo, e o artilheiro Higuain, a equipe de Diego Armando Maradona obteve a segunda vitória no torneio, nesta quinta-feira, diante da Coreia do Sul, uma das sensações da rodada inaugural. O placar de 4 a 1 no estádio Soccer City veio como prêmio ao melhor nível técnico dos sul-americanos.

Habilidoso, Messi mostrou o futebol dos tempos de Barcelona e foi um verdadeiro garçom em campo. Higuain, por sua vez, apresentou seu faro de camisa 9 e assumiu a artilharia do Mundial (três gols).

Com o resultado, a Argentina alcança seis pontos e fica na liderança da chave. Se não houver vencedor na outra partida do grupo, entre Nigéria e Grécia, os hermanos asseguram antecipadamente a vaga nas oitavas de final.

Na última rodada do grupo B, a Argentina enfrenta a Grécia, em Polokwane. A Coreia do Sul encerra a participação na primeira fase diante da Nigéria, em Durban. As partidas estão marcadas para o dia 22 (terça-feira).

O Jogo - A Coreia do Sul apostou em uma marcação forte no meio-campo para dificultar as ações da Argentina. A tática deu certo até os 16 minutos, quando uma desatenção incrível foi responsável pelo gol dos sul-americanos. Messi cobrou falta da esquerda e viu o desvio de Ki-Hun contra o próprio patrimônio. No susto, o goleiro Sung-Ryong tentou salvar com o pé esquerdo, mas fracassou.

Mesmo com a mudança no placar, o ritmo da partida continuou o mesmo. A Argentina insistia nas ações ofensivas e não achava espaços. Nas bolas paradas, a equipe de Maradona assustava. A bomba na falta cobrada por Tevez, aos 27 minutos, raspou o travessão.

Seis minutos depois, a Coreia do Sul não escapou do segundo gol. Em jogada ensaiada na falta pela ponta esquerda, Messi rolou para Maxi Rodríguez cruzar. Mesmo de costas para o gol, Burdisso desviou de cabeça e deixou Higuain, atrás da zaga, livre para balançar as redes.

O gol abalou os asiáticos e empolgou o elegante Maradona no banco de reservas. A Argentina passou a jogar com qualidade e velocidade. As chances foram criadas com naturalidade. Primeiro, Di Maria parou na defesa de Sung-Ryong. Depois, o inspirado Messi mostrou categoria ao finalizar por cobertura mesmo cercado por cinco adversários. A bola passou perto.

O jogo estava controlado, porém a defesa argentina resolveu dar emoção. Demichelis quis dominar uma bola na entrada da área defensiva e acabou desarmado por Chu-Young, que avançou para marcar por cobertura. Revoltado, o goleiro Romero "homenageou" o companheiro com alguns palavrões.

Empolgada, a Coreia do Sul voltou alterada para o segundo tempo - presença de Na-Mil no lugar de Sung-Yueng - e esperançosa. A Argentina, em compensação, queria matar o jogo e logo incomodou Sung-Ryong em arremates de Higuain e Tevez. O arqueiro asiático era uma incômoda barreira.

A partida fugia dos padrões normais da Copa, já que os dois lados apostavam em uma postura ofensiva. No contra-ataque, a Coreia ficou perto do empate. Aos 12 minutos, o habilidoso Chung-Young deixou Ki-Hun em condições de marcar, só que Romero fechou o ângulo e acompanhou o chute do rival balançar a rede pelo lado de fora.

Na genialidade de Messi, a Argentina finalmente encerrou as esperanças sul-coreanas. Aos 31 minutos, o camisa 10 recebeu de Aguero, invadiu a área e chutou para a defesa de Sung-Ryong. Na sobra, o melhor do mundo castigou de novo e acertou a trave. Finalmente, Higuain, livre na pequena área, completou.

Para encerrar a bela atuação, uma jogada que apresentou o tradicional toque de bola argentino. Messi e Aguero participaram da criação. Higuain, mais uma vez, arrematou para as redes: 4 a 1.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Fórlan faz dois, Uruguai quebra tabu e fica perto das oitavas

Autor de dois gols na partida, Fórlan assumiu a artilharia da competição com três tentos

Autor de dois gols na partida, Fórlan assumiu a

artilharia da competição com três tentos.

Nesta quarta-feira, o Uruguai jogou melhor, apertou os 90 minutos e venceu a África do Sul por 3 a 0. Com o triunfo, os sul-americanos conquistaram a primeira vitória na Copa 2010 e encerraram um jejum de vitórias que perdurava 20 anos - o último resultado positivo foi em 1990, na Alemanha.

Após empatarem na primeira rodada, África do Sul e Uruguai começaram a todo vapor a partida. A Celeste Olímpica, mais tranquila em relação à estreia diante da França, mostrou-se mais consistente e perigosa, sobretudo com a bola no chão.

Já os Bafana Bafana, embalados pelos fanáticos torcedores, apostaram em chutes de longa distância. Herói no primeiro jogo contra o México, o meio-campista Tshbalala era o que mais arriscava.

Dispondo de atacantes rápidos como Luis Suárez e Fórlan, o selecionado bicampeão do mundo (1930 e 1950) abriu o placar aos 23 minutos da primeira etapa. O filho do ex-são-paulino Pablo Fórlan ajeitou e acertou um belo chute de fora da área. A bola ainda desviou no zagueiro Mokoena para balançar as redes do goleiro Khune, que nada pôde fazer.

Mesmo com o tento, os uruguaios continuaram encurralando os donos da casa, os quais passaram a ter dificuldades até para sair de seu campo de defesa.

Em outro lance de perigo do primeiro tempo, Suárez levou para dentro da área, limpou o zagueiro e chutou com perigo na rede pelo lado de fora.

Na volta dos vestiários, o Uruguai continuou impondo um ritmo forte e pressionando o time africano. Logo aos sete minutos, após lance rápido de Suárez, o time de Oscar Tabarez pediu pênalti, mas não foi atendido pelo juiz suíço Massimo Busacca.

Pouco efetiva, a seleção sul-africana, insistindo em ligações diretas, não conseguiu chegar com perigo à meta do arqueiro Muslera, que teve pouco trabalho durante todo o duelo.

Aos 30 minutos da etapa complementar, a seleção celeste foi premiada. Suárez cortou o goleiro Khune (que foi expulso no lance) e foi atingido. Pênalti para os uruguaios. Fórlan converteu, deixou seu time perto das oitavas de final e os sul-africanos perto de serem os primeiros anfitriões a caírem na primeira fase. Foi o terceiro gol do camisa dez, que se isolou na artilharia da competição com três gols.

Nos acréscimos, ainda sobrou tempo para o Uruguai ampliar. Após cruzamento de Suárez, Álvaro Pereira concluiu, fez 3 a 0 e fechou o caixão em Pretoria.

Com poucas chances de classificação, o brasileiro Carlos Alberto Pereira, participando de seu sexto Mundial, terá duas dores de cabeça para a partida contra a França. O volante Dikgacoi tomou o segundo cartão amarelo e desfalcará a equipe anfitriã e o golerio Khune cumprirá suspensão automática pela expulsão.

Líderes provisórios do Grupo A (considerado o grupo da morte), os uruguaios fecharão sua participação na primeira fase contra o México, na próxima terça-feira, às 11h (de Brasília).

Federação Portuguesa de Futebol argumenta falta de critério da arbitragem na punição ao atacante

Por meio de seu site oficial, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) informou ter solicitado à Fifa a anulação do cartão amarelo recebido por Cristiano Ronaldo aos 20 minutos do primeiro tempo do empate em 0 a 0 com a Costa do Marfim, na última terça-feira. A punição, imposta pelo árbitro uruguaio Jorge Larrionda, ocorreu após o atacante luso ter sofrido falta de Demel, não assinalada, e trocado empurrões com o jogador adversário.

De acordo com a entidade, houve falta de critério na aplicação dos cartões, já que Demel teria cometido falta e em seguida provocado Cristiano Ronaldo, recebendo o amarelo. A mesma punição foi dada ao português, que sofreu a infração, mas envolveu-se na confusão e chegou a xingar o jogador da Costa do Marfim com palavrões em inglês.

Caso a punição seja mantida, Cristiano Ronaldo ficaria fora da partida contra o Brasil caso receba um cartão amarelo diante da Coreia do Norte, em jogo da próxima segunda-feira, pela segunda rodada do Grupo G da Copa do Mundo.

Confira o comunicado emitido pela FPF:

Aos vinte minutos da primeira parte, o internacional português foi rasteirado e empurrado à entrada da grande área da selecção da Costa do Marfim. Assim que se levantou, foi rodeado por jogadores adversários, tendo sido empurrado e insultado.

Apesar das provocações, Cristiano Ronaldo aceitou, sem reclamar, o facto de o árbitro não ter assinalado falta disciplinar contra esses jogadores, a qual se impunha nos termos das Leis de Jogo.

Após esta situação, o "capitão" luso apenas se procurou afastar daqueles jogadores. O árbitro decidiu mostrar cartão amarelo ao número 7 da Selecção Nacional e a um jogador da Costa do Marfim.

Perante os factos apresentados verifica-se uma disparidade na amostragem dos cartões, uma vez que o jogador africano, que rasteirou e agrediu o jogador português, foi advertido com cartão amarelo e o jogador português, que apenas tentou afastar-se da situação foi igualmente admoestado.

Nessa conformidade, a FPF enviou o pedido de despenalização do cartão amarelo exibido a Cristiano Ronaldo uma vez que não houve qualquer motivo para a referida acção disciplinar.

Chile quebra tabu de 48 anos ao vencer Honduras

Crianças, adolescentes e até adultos no Chile assistiram pela primeira vez uma vitória de seu país na Copa do Mundo. Depois de 48 anos, o país sul-americano obteve um triunfo na competição. A vítima: Honduras, derrotada nesta quarta-feira por 1 a 0, no estádio Mbombela, em Nelspruit.

A vitória anterior dos chilenos na Copa foi registrada em 1962, na decisão do terceiro lugar da competição que atuou com anfitrião. O país vinha de um jejum de 13 partidas sem um resultado positivo no torneio.

Durante os 90 minutos, os chilenos se destacaram pelo toque de bola eficiente. Valdívia, Fernández e Sanchez conseguiram envolver os defensores de Honduras principalmente no momento em que se movimentavam pelo gramado.

Agora, o Chile aguarda o confronto entre Espanha e Suíça para conhecer a posição final no grupo H nesta quarta-feira. Os sul-americanos são cotados para brigar com os suíços pela segunda vaga da chave. Os espanhóis são os favoritos à liderança.

Na próxima rodada do grupo H, no dia 21 (segunda-feira), o Chile joga contra a Suíça, em Porto Elizabeth. Honduras, por sua vez, não pode fugir da pedreira: a Espanha em Johanesburgo.

O Jogo - Responsável pela criação chilena, Valdívia iniciou a partida disposto a assumir a responsabilidade. Logo aos dois minutos, o eterno ídolo dos palmeirenses gingou na frente de um zagueiro e sofreu falta na entrada da área. Fernández arriscou uma cobrança cheia de curva e mandou por cima.

O Chile demonstrava superioridade em campo por conta de uma qualidade rara na atual Copa do Mundo: um toque de bola agradável. Assim, chegou ao ataque com perigo em três oportunidades, mas Espiniza, Valdíva e Vidal não aproveitaram.

Valdívia liderou Chile na vitória diante de Honduras, na abertura do grupo H do Mundial

Aos 32 minutos, os sul-americanos finalmente abriram o placar. Em uma bela jogada pela direita, Isla cruzou rasteiro para a pequena área e viu Beausejour dividir com Mendoza. No bate-rebate, a bola acabou nas redes do goleiro Valladares.

Para Honduras, restava apostar em um erro do Chile ou nas jogadas de bola parada. Pouco antes do intervalo, o goleiro Bravo teve a sua primeira participação em campo ao desviar a cobrança de falta de Nuñez.

No segundo tempo, Honduras passou a ter mais posse de bola e, ainda assim, pouco criava. O Chile, em contrapartida, era mais objetivo. Aos 17 minutos, Valdívia deixou Sanchez em condição de marcar, porém o arremate foi longe.

Dois minutos depois, Valladares mostrou que os goleiros da Copa do Mundo também sabem fazer defesas inacreditáveis. Ágil, ele salvou a cabeçada de Ponce na pequena área e foi o responsável por sua equipe perder pela diferença mínima.

Suíça surpreende e amansa o favoritismo da Espanha

A defesa que não levou um gol sequer na Copa do Mundo de 2006 continua imbatível no Mundial de 2010. Contando com uma marcação furiosa, a Suíça amansou o favoritismo da Espanha e estreou na África do Sul com uma vitória por 1 a 0 (gol de Gelson Fernandes) nesta quarta-feira, no estádio Moses Mabhida.

O resultado deixou Suíça e Chile com três pontos cada no grupo H da Copa do Mundo, após toda a primeira rodada da Copa ser concluída. Espanha e Honduras não têm nenhum. Na próxima segunda-feira, a Fúria tentará a reabilitação justamente contra os hondurenhos, enquanto suíços e chilenos brigarão pela classificação.

A derrota da Espanha foi uma surpresa, já que a equipe não perdia desde o dia 24 de junho de 2009 (2 a 0 para os Estados Unidos, na Copa das Confederações). A força ofensiva dos campeões europeus, contudo, não foi páreo para uma zaga que foi precisa, fez o tempo passar como um bom relógio suíço e já havia deixado o Mundial da Alemanha sem sofrer gols de França, Togo, Coreia do Sul e Ucrânia.

O jogo - A Espanha começou a partida disposta a justificar a condição de favorita ao título mundial. Enquanto os torcedores sopravam as suas vuvuzelas de maneira desritmada nas arquibancadas do Moses Mabhida, a equipe comandada por Vicente Del Bosque exibia um toque de bola afinado dentro de campo.

Do outro lado, no entanto, a Suíça também fazia valer a fama de seu sistema defensivo. Com ascendência espanhola, Phillippe Senderos comandava a dura marcação de seu time com gritos. Dava resultado, já que a Espanha detinha quase 70% da posse de bola da partida, mas apenas rondava a área adversária.

Aos 24 minutos, os espanhóis finalmente fizeram Diego Benaglio trabalhar com mais dificuldade. Em uma jogada protagonizada por atletas do Barcelona, Piqué recebeu passe de Iniesta, passou por um marcador com categoria e finalizou rasteiro. O goleiro suíço deixou o gol para defender.

Sem ser ameaçada pelo ataque da Suíça, a Espanha tentou acelerar o jogo para furar o bloqueio rival. Conseguiu provocar algumas faltas próximas da área, tentou cavar pênaltis e seguiu com problemas de conclusão. Já os suíços perderam Senderos, machucado, que acabou substituído por Von Bergen.

Gelson Fernandes deu só um chute a gol, mas acertou o alvo e foi eleito o craque do jogo

No segundo tempo, o panorama do jogo não mudou muito: a Espanha aumentou ainda mais a pressão. A diferença é que a Suíça estava mais atenta aos contra-ataques. Aos 7 minutos, a 'zebra' avançou em velocidade com Derdiyok, que foi ao chão na dividida com o goleiro Casillas. Fernandes brigou com a defesa espanhola (Piqué chegou a sangrar) e empurrou a bola para dentro.

O técnico Vicente Del Bosque esperou 10 minutos para entrar em ação. Colocou em campo até o atacante Fernando Torres, recuperando-se de contusão, no lugar de Busquets. Jesús Navas substituiu David Silva.

A Espanha, então, trocou os passes rápidos por jogadas aéreas, individuais e conclusões de longa distância. O desesperou começou a atrapalhar os campeões europeus. Aos 25 minutos, Xabi Alonso quase acabou com um sofrimento com um chute muito forte da entrada da área. A bola bateu no travessão.

A Suíça continuou com a estratégia de aproveitar os espaços oferecidos pelos espanhóis. E quase conseguiu ampliar. Com belas fintas dentro da área, Derdiyok envolveu a defesa rival, mas perdeu o equilíbrio na hora do chute. Naquele instante, uma torcedora da Espanha já previa a derrota e chorava copiosamente no Moses Mabhida.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Buffon tem problema grave no ciático diagnosticado

Apesar de ter tranquilizado a torcida italiana, afirmando que voltaria aos gramados em um ou dois dias, o goleiro Gianluiggi Buffon corre o risco de ficar fora do restante da Copa do Mundo. O arqueiro, que sentiu lesão nas costas antes da estreia contra o Paraguai, teve lesão grave no nervo ciático diagnosticada.

"Buffon tem um grave problema no nervo ciático esquerdo. Vai iniciar imediatamente o tratamento médico adequado e a fisioterapia, além de exames de imagem. Atualmente, não é concebível uma data de retorno, que será identificada com base em condições clínicas subjetivas", disse Enrico Castellacci, médico da Azzurra.

O arqueiro titular dos atuais campeões mundiais chegou a entrar em campo contra o Paraguai, mas as dores sentidas foram fortes demais e ele acabou sendo substituído por Federico Marchetti. Antes disso, não conseguiu evitar o gol do Paraguai, anotado por Alcaraz, aproveitando falha da defesa italiana.

"Ele (Buffon) sentiu uma dor nas costas no aquecimento, mas me disse que poderia jogar. Na volta ao vestiário (no intervalo), admitiu que não tinha condições de continuar. Foi algo muito ruim para nós, pois perdemos um de nossos eixos", lamentou o técnico Marcelo Lippi. Os italianos conseguiram empatar por 1 a 1.

Brasil 2 x 1 sobre Coreia do Norte

Durante 55 minutos, o Brasil deu a impressão de que seria atingido pela seca de gols nesta Copa do Mundo. Teve uma atuação burocrática no primeiro tempo e adotou outra postura após o intervalo, afastando o assustador 0 a 0 e conseguindo dois belos gols. Um descuido defensivo no fim da partida, no entanto, determinou o placar de 2 a 1 sobre a Coreia do Norte, mantendo a tradição de vitórias apertadas em estreias. Desde 1982, o Brasil tem 100% de aproveitamento em suas participações iniciais, mas quase sempre por um gol de diferença - a exceção foi em 1994.

O resultado faz a seleção pular para a liderança do Grupo G, superando Costa do Marfim e Portugal, que empataram por 0 a 0. Os dois gols brasileiros nasceram em passes milimétricos e terminaram em conclusões precisas. Maicon, eleito o melhor do jogo pela Fifa, abriu o placar e se tornou o primeiro lateral-direito da seleção a marcar em uma Copa desde Josimar, em 1986. E Elano fez o segundo.

O Brasil agora volta aos treinamentos para a sua segunda partida pelo Grupo G, às 15h30m (de Brasília) do próximo domingo, contra Costa do Marfim. Na segunda-feira, a Coreia do Norte tenta evitar sua segunda derrota seguida na Copa, enfrentando Portugal às 8h30m (de Brasília).

A previsão de frio na noite de Joanesburgo se confirmou, com 2º no começo da partida (e sensação térmica de -3º), obrigando cinco dos dez jogadores de linha na escalação inicial a usar luvas: Juan, Gilberto Silva, Felipe Melo, Kaká e Luis Fabiano. Na arquibancada, a torcida fez a sua parte, tentando esquentar o clima com seu grito preferido de "sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor" e dando a impressão de que a seleção estava em casa.

Brasil nervoso e pouco criativo

A ansiedade e a emoção de disputar a partida de estreia em uma Copa do Mundo ficaram evidentes antes mesmo de a bola rolar. Estavam estampadas no rosto do atacante Jong Tae-Se, destaque da Coreia do Norte, que chorava copiosamente na execução do hino nacional. Mas ficaram claras também pelo lado brasileiro, com o nervosismo de alguns jogadores. Logo no início, após dois ataques norte-coreanos pela esquerda da defesa, por exemplo, Juan chamou Michel Bastos para orientá-lo.

Após uns primeiros minutos de nervosismo, mas também de disposição para chegar ao ataque, o Brasil começou a encontrar dificuldades para entrar na área. O jeito foi buscar conclusões mesmo sem chegar a ela, em chutes de longe. Robinho foi o primeiro a tentar, seguido por Elano, ambos sem perigo. As melhores tentativas foram de Maicon, obrigando o goleiro a espalmar para escanteio, e de Michel Bastos, com a bola passando perto do travessão e raspando a rede.

A Coreia do Norte se postava com duas linhas de quatro jogadores próximas à área e se beneficiava da pouca movimentação dos brasileiros, que perdiam muito tempo tocando a bola para o lado, sem avanços pelas laterais. Kaká, principal responsável pela armação de jogadas, foi uma figura apagada na primeira etapa.

Enquanto durou a insistência em jogar pelo meio, o Brasil só conseguiu uma boa jogada, num passe de Luis Fabiano para Robinho, que virou e chutou fraco. Nos últimos dez minutos, o time comandado por Dunga - que assistia à partida sem reações exaltadas - enfim começou a explorar as laterais. Até Michel Bastos, visivelmente tímido no início, foi à linha de fundo - a primeira vez, aos 34 minutos. A opção mais explorada, no entanto, foi mesmo pela direita, com Maicon.

Na Coreia do Norte, a estratégia no primeiro tempo foi recorrer a contra-ataques, apostando no isolado Jong Tae-Se, que conseguiu boas jogadas individuais - deixando Juan no chão em uma delas - mas nenhuma conclusão à altura. A tentativa mais ousada, entretanto, foi de Mun In-Guk, que arriscou um chute do meio-campo. Não levou perigo algum, mas mostrou que àquela altura, aos 18 minutos, a Coreia já se soltava em campo.

Maicon gol Brasil Coreia do NorteMelhor em campo, Maicon comemora o seu gol, o primeiro do Brasil, junto com Robinho (Foto: Reuters)

Mudança de postura na segunda etapa

O Brasil voltou para o segundo tempo sem alteração, mas com as principais alternativas se aquecendo fora de campo. Se foi um aviso de Dunga de que trocaria alguma peça caso os defeitos do time persistissem, a estratégia funcionou. A seleção se esforçou em corrigir seus principais problemas, mostrando mais movimentação e explorando as laterais. E foi recompensada aos dez minutos. Elano esperou a ultrapassagem de Maicon e deu ótimo passe. Da linha de fundo, com pouco ângulo, o lateral percebeu que Myonge Guk deixava espaço em sua meta à espera de um cruzamento e arriscou direto para o gol, fazendo 1 a 0.

A vantagem no placar fez bem à seleção, de maneira geral, e a alguns jogadores, em particular. O time continuou se movimentando em campo, e nomes como Michel Bastos e Luis Fabiano subiram de produção. O primeiro emendou, em um só lance, um drible entre as pernas e uma meia-lua pela lateral. O segundo esteve perto de fazer 2 a 0, após um passe de Robinho, em uma rara jogada de contra-ataque. Matou no peito, driblou um adversário, mas chutou por cima do gol.

Comemoração Elano Brasil Coreia do NorteElano espera a aproximação dos companheiros após fazer 2 a 0 para a seleção (Foto: Reuters)

Da intermediária, Robinho acertou outro passe, espetacular, para Elano chutar sem precisar dominar, marcando o segundo gol do Brasil, aos 26 minutos. Foi o último lance do meia, que na primeira etapa havia sido um dos que mais tentaram fugir da atuação burocrática. Daniel Alves entrou em seu lugar. Cinco minutos depois, Nilmar substituiu Kaká, forçando o posicionamento mais recuado de Robinho, o que já vinha acontecendo.

Em seu primeiro lance em campo, Nilmar recebeu passe, buscou espaço e chutou para defesa do goleiro. A essa altura, o domínio brasileiro na partida era completo, transformando Julio Cesar em um mero espectador. Dunga ainda fez sua terceira substituição, trocando Felipe Melo por Ramires, que levou o único cartão amarelo da partida. No finzinho do jogo, a Coreia ameaçou duas vezes. E em uma delas conseguiu marcar, após lançamento feito do meio-campo que pegou Maicon desatento e terminou com a conclusão de Yun Nam, aos 43 minutos, sem chance para o goleiro brasileiro.

A seleção deixou o campo do Ellis Park com seu principal objetivo cumprido. Somou três pontos, mas não obteve o bônus de uma boa margem no saldo de gols contra a seleção de pior colocação no ranking da Fifa (105º lugar) entre as 32 participantes.

Cristiano Ronaldo é eleito o melhor em campo pela Fifa

Apesar da grande expectativa sobre Portugal e Costa do Marfim, as duas equipes não passaram de um 0 a 0. E, mesmo sem a rede ter sido balançada na cidade de Porto Elizabeth, a Fifa (Federação Internacional de Futebol e Associados) elegeu, por meio de voto popular, o atacante Cristiano Ronaldo, do Real Madrid, como o melhor em campo no confronto desta terça-feira entre os dois próximos adversários da seleção brasileira na Copa do Mundo da Alemanha.

O craque português, embora muito marcado, criou a melhor oportunidade da sua equipe ainda na primeira etapa. Aos três minutos do primeiro tempo, Ronaldo fez grande jogada e soltou uma bomba da intermediária. Para azar do atleta merengue, o arremate carimbou a trave do goleiro Boubacar Barry - o único chute acertado pelo jogador no gol rival.

Durante os 90 minutos em que esteve em campo, Cristiano Ronaldo correu 9.577 metros e deu um grande trabalho para a marcação marfinense. No confronto, o técnico dos Elefantes, Sven Goran Eriksson, grudou dois homens a cada instante que o camisa 7 tocava na bola.

A forte marcação impediu o craque português de criar grandes jogadas para os companheiros. O reflexo disso foi o número de passes errados pelo atacante durante a estreia lusa na Copa. Cristiano Ronaldo tentou 35 passes no jogo, contudo, acertou apenas 21 - obtendo um baixo aproveitamento 60%.

O resultado desta terça-feira obriga Portugal a vencer sua próxima partida para se aproximar das oitavas de final. No domingo, a equipe do técnico Carlos Queiroz encara a desconhecida Coreia do Norte, adversária do Brasil na estreia. O confronto diante do time de Dunga está marcado para o dia 25 de junho.

AFP

Brasil comemora empate entre Costa do Marfim e Portugal

A seleção brasileira pode comemorar: seus dois principais rivais no grupo G da Copa do Mundo já perderam pontos. Nesta terça-feira, Costa do Marfim e Portugal pecaram pelo excesso de cautela e disputaram uma partida sem grandes emoções no estádio Nelson Mandela Bay, em Porto Elizabeth. Resultado: empate por 0 a 0.

Desta forma, os pentacampeões mundiais dependem de uma vitória contra a modesta Coreia do Norte para encerrar o dia na liderança isolada da chave. A estreia dos comandados de Dunga está marcada para esta terça, às 15h30, em Johanesburgo.

No embate entre europeus e africanos, as grandes estrelas pouco produziram. O português Cristiano Ronaldo fez uma jogada brilhante aos dez minutos da etapa inicial, acertou a trave adversária e sumiu. Lesionado no braço, Drogba começou no banco, ficou em campo por pouco mais de 25 minutos e mostrou estar longe da forma ideal.

Na próxima rodada do grupo G, a Costa do Marfim terá pela frente o Brasil, domingo, em Johanesburgo. Portugal, em contrapartida, viaja até a Cidade do Cabo para enfrentar a Coreia do Norte.

O Jogo - Sem a presença do grande astro da Costa do Marfim, Cristiano Ronaldo entrou no gramado decidido a brilhar. Aos dez minutos, o craque do Real Madrid pediu a bola, deixou um adversário para trás com imensa facilidade e mandou a bomba. Caprichosa, a Jabulani carimbou o poste esquerdo. No banco, Drogba esqueceu o braço machucado e fez o sinal da cruz.

Nos minutos seguintes, a Costa do Marfim percebeu que o camisa 7 de Portugal precisava de uma atenção especial. A tática da equipe africana era clara: ficar recuada na defesa e sair em bloco para o contra-ataque.

Em dois minutos, os marfinenses criaram duas oportunidades. Aos 14 minutos, a falta cobrada por Tiené saiu do lado direito da meta do goleiro Eduardo. Em seguida, Tiotê fez boa jogada pela esquerda e arrematou por cima.

Drogba e Cristiano Ronaldo falaram muito e produziram pouco na partida desta terça-feira

Aos 22 minutos, Gervinho também apelou ao individualismo, passou no meio de dois jogadores e acabou travado somente no momento da finalização. A partir daí, foi a vez de Portugal apertar a marcação e, até o intervalo, evitar as investidas africanas.

No segundo tempo, a Costa do Marfim veio decidida a tomar o controle do placar. Aos dois minutos, Gervinho castigou a Jabulani e observou uma defesa difícil de Eduardo. Portugal respondeu em uma jogada de linha de fundo de Deco aos 12 minutos. A cabeçada desajeitada de Liedson parou na defesa do goleiro Barry.

Pouco antes da metade da etapa final, Sven Goran-Ericksson deixou a Costa do Marfim mais ofensiva e empolgada pela presença de Drogba. O estádio - inclusive a torcida portuguesa - ficou de pé para aplaudir a entrada do astro do Chelsea, da Inglaterra.

Porém, Drogba mostrou dificuldades na movimentação e, na única chance dentro da área, errou totalmente a finalização. A última esperança de gols decepcionou a torcida presente ao Nelson Mandela Bay.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Aplicação japonesa derruba soberba de Camarões

Liderado por seu principal astro, o atacante Samuel Eto´o, Camarões chegou à Copa do Mundo esbanjando confiança e falou até em título. Logo na estreia, os africanos tomaram uma lição de humildade. Bem armado na defesa e eficiente no contra-ataque, o Japão alcançou a vitória por 1 a 0 nesta segunda-feira, no estádio Free State, em Bloemfontein, em confronto do grupo E.

A derrota complica bastante a situação dos africanos por uma vaga nas oitavas de final. Nas duas próximas rodadas, Camarões vai enfrentar adversários europeus, Dinamarca e a favorita Holanda.

A estrela Eto´o, por sinal, foi uma verdadeira decepção em campo. Aberto pela direita, como atua na Inter de Milão, o atacante fez apenas uma boa jogada, mas Choupo-Moting errou a finalização.

Sem vencer uma partida desde o Mundial de 2002, o Japão, por sua vez, começa a sonhar com a segunda classificação para a fase de mata-mata (disputou as oitavas de final como anfitrião). Os asiáticos estão com três pontos e ficam atrás da Holanda apenas pelo saldo de gols.

A segunda rodada da chave será disputada no sábado. Às 8h30, o Japão enfrenta justamente a poderosa Holanda, em Durban. No período da tarde (15h30), Camarões mede forças com a Dinamarca, em Pretoria.

O Jogo - Logo na estreia, a ordem de Camarões era provar a força para combater os principais favoritos ao título, portanto os africanos partiram com ímpeto para o ataque. Contudo, os "Leões" encontraram uma formação sólida na aplicada defesa japonesa.

Mesmo com a presença de três atacantes entre os titulares, Camarões parecia embolado em campo. Eto´o atuava aberto pela direita, como na Internazionale, e pouco participava das jogadas.

Japoneses comemoram vitória apertada diante de Camarões na estreia da Copa

Para completar, o Japão acelerou o ritmo pouco antes do intervalo e alcançou o gol. Matsui fez o levantamento da direita e viu a falha de dois zagueiros no miolo da área. No segundo pau, Honda mostrou categoria no domínio e bateu na saída do goleiro Souleymanou.

Na etapa complementar, Camarões voltou com uma postura totalmente diferente. Em quatro minutos, Eto´o mostrou sua técnica brilhante, deixou três adversário para trás e cruzou. O arremate cruzado de Choupo-Moting raspou a trave.

Sem sucesso na busca pelo empate, Camarões apelou para as substituições. Emana entrou no lugar de Matip para melhorar a criação do meio-campo. Não surtiu efeito. Com 15 minutos para o fim, Geremi e Nguemo foram as novidades entre os Leões.

No fim, Camarões partiu para o desespero e apelou até para os chuveirinhos. Na base do abafa, Mbia acertou o travessão em um chute de longe e levou os torcedores africanos ao desespero. Melhor para o Japão, que assegurou o triunfo no sufoco.

Kaká exalta preparação, mas não sabe quanto aguenta

Depois de uma temporada inconstante e criticada no Real Madrid, o meia Kaká tem a oportunidade de se reerguer no cenário internacional a partir desta terça-feira, quando terá a missão de ser a principal estrela do Brasil na Copa do Mundo da África do Sul. O jogador, inclusive, não sente qualquer resquício dos problemas musculares que sofreu nos últimos meses e depende apenas das condições físicas para atuar durante os 90 minutos contra a Coreia do Norte.

"Estou muito bem e também tenho vontade de jogar. Fiz tudo o que precisava nos treinos e espero colocar em campo amanhã. Estou 100%, vamos ver quanto tempo vou aguentar jogar", afirmou o meia

Camisa 10 da seleção brasileira, Kaká nunca perdeu a confiança de Dunga nesta reta final de preparação. A temporada pelo Real Madrid foi atrapalhada por uma pubalgia, e o atleta ainda se apresentou ao Brasil com um problema muscular na coxa, que o impediu de integrar os primeiros treinos.

O que aumentou a confiança do meio-campista foi a participação nos amistosos contra Zimbábue e Tanzânia, quando mostrou que não sente mais limitações, apesar de ter constatado sua falta de ritmo de jogo.

Portanto, o tempo em campo diante da Coreia do Norte, na terça-feira, será com base em sua condição física. Apontado como principal estrela da equipe, Kaká não foge de suas características e sempre evita o rótulo de único craque. "Vou ser um dos líderes, mas temos outros também", finalizou.

Dona da ‘melhor defesa do mundo’, atual campeã aposta no 4-3-3, mas tropeça no início da luta pelo pentacampeonato: 1 a 1

Ofensivo como nunca, sofrido como sempre. “Melhor de defesa do mundo”, a Itália abriu mão de suas origens, se “falsificou”, jogou como um time que prima pelo ataque, entrou em campo em um 4-5-1, que virava 4-3-3 quando ia à frente, mas teve dificuldades em sua estreia na Copa do Mundo da África do Sul. Graças a uma falha do goleiro Villar, a Azzurra empatou com o Paraguai por 1 a 1, em jogo ruim e com raros lances de perigo, nesta segunda-feira, no Green Point, na Cidade do Cabo, pela primeira rodada do Grupo F (assista ao vídeo ao lado com os gols da partida).

De Rossi, remanescente do tetracampeonato conquistado há quatro anos, na Alemanha, impediu a derrota, com um gol aos 17 minutos do segundo tempo. Os paraguaios, que pouco apresentaram para quem se orgulha de ter a “seleção mais empolgante de todos os tempos”, abriram o placar com o zagueiro Alcaráz, de cabeça, aos 39 da etapa inicial.

Na próxima rodada, a Azzurra encara a Nova Zelândia, domingo, às 11h, horário de Brasília (16h na África do Sul), em Nelspruit. Já o Paraguai tem pela frente a Eslováquia, no mesmo dia, em Bloemfontein, às 8h30m. Eslovacos e neozelandeses completam a rodada inaugural da chave nesta terça, em Rustemburgo.

Com Pirlo de torcedor, Itália pressiona, pressiona, e nada

Zambrotta jogo Itália contra ParaguaiItália começou no ataque, mas criou muito pouco
no primeiro tempo (Foto: Reuters)

Apontado como um dos estádios mais bonitos da Copa, o Green Point vivia a expectativa de, enfim, ser “batizado” após o insosso 0 a 0 entre Uruguai e França pelo Grupo A. O clima antes da partida, porém, não era dos mais animadores. Se nas arquibancadas, paraguaios e italianos esquentavam a torcida empolgados ao som das vuvuzelas, a temperatura de 8 graus e a forte chuva - até granizo caiu -, indicavam uma noite fria.

Com o maestro Pirlo, que se recupera de lesão na panturrilha, como ilustre torcedor no banco de reservas, uma Itália “paraguaia”, com estilo ofensivo, tentou colocar fogo no jogo e partiu para cima. Se são os melhores defensores do mundo, como garantiu o capitão Cannaravaro, os italianos mostraram que estão longe de meter medo no ataque.

Nem mesmo o evidente nervosismo do Paraguai facilitou as ações da Azzurra, que tiveram supremacia na posse de bola nos 15 minutos iniciais, mas sequer assustaram o goleiro Villar. Contando com seis tetracampeões entre os titulares, os italianos trocavam passes de um lado para o outro e não conseguiam furar o bloqueio guarani. Faltava o pensador. Faltava Pirlo.

Substituto do meia do Milan, Montolivo era burocrático nos passes laterais e impreciso nos chutes de fora da área. Nas alas, sim, sobrava espaço. Mas aí o que faltava era qualidade para Zambrotta e Criscito, que não acertavam um cruzamento sequer. Com isso, o atacante Gilardino mal conseguiu pegar na bola. Ela insistia em não chegar.

Na defesa, um Cannavaro quase que intransponível brilhava nas antecipações e forçava muitos erros de passe dos paraguaios. Na primeira ação ofensiva, no entanto, a equipe sul-americana foi mais incisiva. Aos 20, Vera conquistou escanteio pela direita. Na cobrança, Riveros ficou com rebote, cabeceou em cima de Chiellini e conseguiu novo tiro de canto.

No contra-ataque, a primeira boa chance da Azzurra. Vera se atrapalhou todo no meio de campo e deu presente para Montolivo. O jogador da Fiorentina partiu em velocidade, gingou para um lado, para o outro, e mandou um peteleco para o gol. A essa altura, a partida que era monótona havia ficado eletrizante e teve ainda mais duas boas chances, uma para cada lado, em dois minutos. Aos 22, Haedo fez o papel de pivô e rolou para Torres chutar mal. Na sequência, Criscito cruzou da esquerda, e Giladirno cabeceou para fora. Quatro minutos intensos, e nada mais.

Do lado sul-americano, Valdéz e Barrios não davam opções para os meias. Do lado europeu, muita posse de bola e passes burocráticos.

Alcaráz salva na defesa e decide no ataque

Dessa forma, só uma jogada de bola parada seria capaz de tirar o zero do placar. Aos 28, a Azzurra teve sua chance em cobrança de escanteio, mas Alcaráz, na pequena área, esticou a perna e evitou a conclusão de Iaquinta. Foi o mais perigoso dos inúmeros chuveirinhos italianos durante todo o primeiro tempo.

alcaraz gol, paraguai itáliaValdéz comemora com Alcaráz o gol paraguaio, enquanto italianos apenas lamentam (Foto: AFP)

Apático, o Paraguai tinha em Haedo Valdéz, incansável de um lado para o outro, sua melhor alternativa. E foi justamente com ele que começou o lance do gol. Aos 39, o atacante foi derrubado por Chiellini na intermediária. Falta perigosa e cobrada com perfeição por Aureliano Torres. No meio da área, Alcaráz, aquele que evitou o gol de Iaquinta, mostrou que é bom também no ataque. O zagueiro, que superou Verón na luta pela vaga de titular no último treinamento, aproveitou cochilo do até então perfeito Cannavaro, saltou livre e cabeceou no canto esquerdo de um incrédulo Buffon. Foi a primeira conclusão certeira do Paraguai. E que conclusão!

Na comemoração, rodinha “albiroja” com direito a uma dancinha. Se com tudo a favor, a Itália já custava a acertar as jogadas ofensivas, a desvantagem fez com que a equipe se perdesse até o fim da primeira etapa, quando, cabisbaixos, os atletas desceram para o vestiário. Reunidos no centro do gramado, os paraguaios se cumprimentaram e discutiram os erros. Ainda restavam 45 minutos pela frente.

De Rossi aproveita falha de Villar para evitar derrota

Na volta do intervalo, tudo continuava dando errado para a Itália. Ainda no vestiário, a seleção perdeu aquele que talvez seja sua única unanimidade: Buffon. Com um problema no nervo ciático, o goleiro do Juventus deu lugar a Marchetti. Em campo, o nervosismo e a ansiedade pelo empate eram evidentes.

Por outro lado, o tranquilo Paraguai não tinha pressa para sair para o ataque e mantinha a posse de bola. Tanto que aos sete, após tentativa frustrada dos italianos em bicicleta de Pepe, por pouco não ampliou. Lucas Barrios foi desarmado por Cannavaro dentro da área, mas a bola sobrou limpa para Enrique Vera. O volante da LDU dominou, ajeitou o corpo e...chutou nas alturas.

de rossi comemora, itália paraguaiDe Rossi comemora com os companheiros o gol da empate dos italianos (Foto: Getty Images)

Na sequência, a Itália mais uma vez tentou aproveitar os espaços deixados pelos guaranis após ação ofensiva. Montolivo, por sua vez, repetiu o peteleco que parou em Villar no primeiro tempo e desperdiçou o contragolpe. Tão fácil quanto essa defesa era a interceptação de um escanteio aos 17, mas dessa vez o goleiro não foi feliz.

Após cobrança de Pepe, ele subiu totalmente atrapalhado e deu um presente para De Rossi. No segundo pau, o jogador do Roma acreditou, viu a bola passar pelo rival e cair nos seus pés para escorar e colocar o 1 a 1 no placar. Gol e resposta para os que criticavam sua escalação.

Neste momento, o nervosismo trocou de lado. Os paraguaios pareciam ter uma jabulani em chamas em seus pés e apelavam bastante para chutões. A disposição ofensiva italiana, ainda assim, permitia alguns suspiros ofensivos. Aos 21, Lucas Barrios avançou pela esquerda e rolou para Jonathan Santana chutar mal.

Troca de atacantes não dá resultado

Já a Itália, com três atacantes, seguia tomando conta do campo ofensivo e criando pouquíssimo. Gilardino, aos 24, protagonizou a primeira conclusão de um jogador de ataque da Azzurra na partida, e carimbou a zaga. Diante da inoperância de seus ataques, Gerardo Martino e Marcelo Lippi optaram por trocar peças: Di Natale e Santa Cruz entraram nas vagas de Gilardino e Valdéz, respectivamente.

A dupla, no entanto, esteve longe de ser solução para a ausência de poder de fogo. Na verdade, os dois pouco tocaram na bola, e até o apito final do mexicano Benito Archundia apenas mais um lance foi digno de registro: aos 37, Montolivo, enfim, acertou o pé em chute de longe. Villar saltou e fez a defesa com a ponta dos dedos no canto direito.

No fim das contas, o empate acabou sendo justo para uma partida em que o Paraguai, antes empolgado com seu setor ofensivo, defendeu com cara de Itália. E a Azzurra da “melhor defesa do mundo” mostrou que está longe da liderança do ranking dos melhores ataques.

sábado, 12 de junho de 2010

GP do Canadá / Fórmula 1 / Grid

Confira o grid de largada para o GP do Canadá:
1 - Lewis Hamilton (ING/McLaren-Mercedes) - 1m15s105
2 - Mark Webber (AUS/RBR-Renault) - 1m15s373
3 - Sebastian Vettel (ALE/RBR-Renault) - 1m15s420
4 - Fernando Alonso (ESP/Ferrari) - 1m15s435
5 - Jenson Button (ING/McLaren-Mercedes) - 1m15s520
6 - Vitantonio Liuzzi (ITA/Force India-Mercedes) - 1m15s648
7 - Felipe Massa (BRA/Ferrari) - 1m15s688
8 - Robert Kubica (POL/Renault) - 1m15s715
9 - Adrian Sutil (ALE/Force India-Mercedes) - 1m15s881
10 - Nico Rosberg (ALE/Mercedes) - 1m16s071

Eliminados na segunda parte do treino classificatório:
11 - Rubens Barrichello (BRA/Williams-Cosworth) - 1m16s434
12 - Nico Hulkenberg (ALE/Williams-Cosworth) - 1m16s438
13 - Michael Schumacher (ALE/Mercedes) - 1m16s492
14 - Vitaly Petrov (RUS/Renault) - 1m16s844
15 - Sebastien Buemi (SUI/STR-Ferrari) - 1m16s928
16 - Jaime Alguersuari (ESP/STR-Ferrari) - 1m17s029
17 - Pedro de la Rosa (ESP/Sauber-Ferrari) - 1m17s384

Eliminados na primeira parte do treino classificatório:
18 - Kamui Kobayashi (JAP/Sauber-Ferrari) - 1m18s019
19 - Heikki Kovalainen (FIN/Lotus-Cosworth) - 1m18s237
20 - Jarno Trulli (ITA/Lotus-Cosworth) - 1m18s698
21 - Timo Glock (ALE/VRT-Cosworth) - 1m18s941
22 - Bruno Senna (BRA/Hispania-Cosworth) - 1m19s484
23 - Lucas di Grassi (BRA/VRT-Cosworth) - 1m19s675

24 - Karun Chandhok (IND/Hispania-Cosworth) - 1m27s757

Hamilton encerra domínio da RBR nos treinos e faz a pole do GP do Canadá

Inglês acaba com série de sete treinos classificatórios da equipe austríaca. Felipe Massa larga apenas na sétima posição, três atrás de Fernando Alonso.

A pole position já parecia lugar cativo dos carros da RBR em 2010. Afinal, foram sete poles nas sete primeiras corridas do ano. Mas neste sábado o panorama finalmente mudou. No oitavo treino classificatório desta temporada, o domínio foi encerrado por uma volta sensacional de Lewis Hamilton já com o cronômetro zerado. O inglês da McLaren vai largar na pole position do GP do Canadá, após marcar o tempo de 1m15s105, 268 milésimos à frente de Mark Webber, o segundo colocado. Sebastian Vettel, companheiro do australiano na equipe austríaca, ficou na terceira posição do grid de largada.

E a comemoração pela primeira pole position do ano veio de um modo incomum. Após dar uma volta em ritmo lento acenando para as arquibancadas, Hamilton desligou o motor de sua McLaren na reta que antecede a entrada dos boxes e continuou apenas no "embalo", para economizar gasolina. Após seu carro parar, ele voltou ao pit lane na janela do Medical Car - o carro médico.

O espanhol Fernando Alonso, da Ferrari, marcou o quarto tempo no treino e vai largar pela quinta vez no ano à frente de Felipe Massa, seu companheiro. O brasileiro ficou três posições atrás, em sétimo, superado por Vitantonio Liuzzi, da Force India, o sexto. Jenson Button, atual campeão do mundo e colega de Hamilton na McLaren, conseguiu apenas a quinta posição.

Rubens Barrichello, da Williams, teve um bom desempenho com o carro da equipe inglesa e vai largar em 11º lugar na corrida deste domingo. O brasileiro superou o antigo rival Michael Schumacher nos minutos finais da segunda parte do treino (Q2) e deixou o heptacampeão da Mercedes apenas na 13ª posição. O alemão cometeu um erro em sua última volta.

Os estreantes brasileiros, mais uma vez, foram eliminados na primeira parte da sessão (Q1). Pela segunda corrida seguida, Bruno Senna, da Hispania, superou o compatriota Lucas di Grassi, da VRT, e vai largar na 22ª e antepenúltima posição. O outro piloto do país sai na última fila, em 23º, ao lado do indiano Karun Chandhok, que deu apenas três voltas no treino classificatório.

Inglês domina treino desde o início

A primeira parte do treino classificatório não teve surpresas. Desde o momento em que entrou na pista e completou sua primeira volta cronometrada, Hamilton manteve o bom desempenho que já tinha mostrado no último treino livre. O inglês acabou o Q1 com o melhor tempo deste trecho: 1m15s889, logo à frente de Sebastian Vettel, Fernando Alonso e Nico Rosberg. Massa foi apenas o 11º, uma posição atrás do heptacampeão Schumacher.

Já Rubens Barrichello, que chegou a correr risco de ser eliminado ainda no Q1, conseguiu se classificar com folga na 13ª posição com sua Williams. Além dos seis carros das novas equipes (Lotus, Hispania e VRT), o japonês Kamui Kobayashi, da Sauber, também não conseguiu avançar à segunda parte. Ele larga apenas na 18ª posição.

O domínio de Hamilton continuou no Q2, embora Vettel tenha começado a mostrar o potencial da RBR neste treino. O alemão ficou a apenas 28 milésimos do tempo do inglês. Alonso, mais uma vez, passou com folga em terceiro, mas Massa sofreu para conseguir a décima posição. O brasileiro correu muito risco de ser eliminado, mas contou com a sorte e com um erro de Schumacher em sua última volta.

Schumi, aliás, foi o mais ilustre eliminado do Q2. O heptacampeão não conseguiu melhorar seu tempo após uma escapada na chicane que antecede a reta dos boxes. Ele larga apenas em 13º, duas posições atrás de Barrichello, que levou sua Williams a um ótimo 11º lugar e dividirá a sexta fila com o companheiro Nico Hulkenberg.

Disposto a manter o bom desempenho, Hamilton começou a superpole com um excelente tempo e voltou logo para os boxes. Seu tempo foi superado apenas nos minutos finais pelos dois carros da RBR. Mas ele conseguiu abrir sua última volta antes do tempo expirar e não titubeou. Com uma volta excelente, o inglês conseguiu a pole position em Montreal.

Alonso aprova renovação de Massa

Espanhol diz que estabilidade fará muito bem à Ferrari no próximo ano.

Alonso Ferrari treino CanadáAlonso aprova renovação do contrato de Felipe
Massa com a Ferrari (Foto: Getty Images)

Fernando Alonso gostou da decisão da Ferrari de renovar o contrato de Felipe Massa pelas próximas duas temporadas. A equipe divulgou a notícia nesta semana e manterá sua dupla de pilotos ao menos até 2012, quando os compromissos de ambos se encerrarão. O espanhol acha muito importante esta estabilidade interna do time italiano.

- Acho que é uma boa notícia para nós. Felipe está há muitos anos com a Ferrari e conhece o time muito bem. Cheguei há apenas cinco meses e uma mudança nos pilotos para o próximo ano traria dificuldades para a equipe. É muito melhor ter esta continuidade e acho que Felipe e eu estamos trabalhando bem juntos. Estamos fazendo o máximo pela Ferrari e Felipe foi recompensado por isso - diz Alonso, em entrevista à imprensa inglesa.

Alonso assinou um contrato de três anos no fim da temporada passada com a Ferrari. Seu compromisso acabará em 2012, com opção de renovação para 2013. A decisão da equipe italiana significa que os principais times da Fórmula 1 deverão manter seus pilotos para o ano que vem. A RBR já renovou com o australiano Mark Webber, lider do campeonato.

Copa do Mundo tem primeiro 'gol estranho'. Inglaterra e EUA empatam

Goleiro Green, do English Team, leva frangaço (não por culpa da Jabulani), e jogo contra americanos acaba igual em 1 a 1 na abertura do Grupo C.

A previsão foi feita pelos próprios goleiros antes da Copa: "Vai haver muitos gols estranhos". De fato, o Mundial só precisou de dois dias para que o primeiro gol bisonho acontecesse. O goleiro Green, da Inglaterra, protagonizou o primeiro grande frango da Copa da África do Sul e, consequentemente, viu sua seleção apenas empatar com os Estados Unidos por 1 a 1, neste sábado, em Rustemburgo. Mas engana-se quem pensa que a falha do goleirão foi culpa da famigerada Jabulani, a bola oficial da Copa. Green falhou feio por conta própria.

O resultado, no fim das contas, acabou por espelhar uma partida equilibrada entre ingleses e americanos. Num Royal Bafokeng Stadium em que as vuvuzelas soaram em volume mais baixo do que o de costume (havia poucos torcedores sul-africanos, por conta da grande procura de ingleses e americanos), Gerrard abriu o placar para o English Team no começo do jogo, mas Dempsey deixou tudo igual ainda antes do intervalo, quando a balança do jogo já não pendia para qualquer dos lados.

Rooney Inglaterra x EUAMuito marcado, Rooney teve pouco espaço para criar chances pela Inglaterra (Foto: Reuters)

Antes da partida, o presidente americano, Barack Obama, mandou uma mensagem de apoio aos atletas americanos via Twitter. O vice-presidente, Joe Biden, visitou pessoalmente os jogadores. No lado inglês, reforços de peso no banco de reservas. Beckham e Ferdinand, que ficaram fora da Copa por conta de lesões, viram de perto o desempenho de seus companheiros.

Ingleses marcam logo no início

A Inglaterra começou o jogo a mil por hora. Com a marcação adiantada, o English Team conseguiu encurralar os rivais nos primeiros minutos e abriu o placar logo aos 4. Após boa tabela, Heskey deu passe com açúcar para Gerrard. O capitão bateu rasteiro, na saída de Howard, e correu para o abraço.

Os americanos demoraram alguns minutos para assimilar o golpe, mas aos poucos equilibraram a partida. Principalmente com jogadas de bola parada, o time dos Estados Unidos incomodou a defesa inglesa.

O lateral Cherundolo, com constantes apoios pela direita, foi um dos que mais deram trabalho. Milner levou amarelo por falta no americano e acabou substituído ainda com 30 minutos de jogo por Wright-Phillips. O técnico Fabio Capello temia que pudesse haver uma expulsão.

Green faz a lambança da Copa até o momento

Aos 40 minutos, a Inglaterra entregou de presente o empate ao rival. Dempsey ciscou na intermediária e bateu para o gol, fraco e rasteiro. O goleiro Green, que ganhou na última hora a vaga de titular, em detrimento do veterano James, levou um frango incrível.

O constragimento foi geral entre os ingleses. Não só para o protagonista do frango, que se desculpou com os companheiros, mas também para a comissão técnica. Fabio Capello e David Beckham fizeram cara de incrédulos no banco de reservas.

Na volta para o segundo tempo, a Inglaterra veio com mais uma mexida. Desta vez, o zagueiro King deu lugar a outro defensor, Carragher, provavelmente por motivo de lesão.

Partida fica 'lá e cá' na etapa final

O jogo ficou mais aberto e houve chances para os dois lados. Heskey entrou livre na área dos EUA e soltou a bomba, exatamente em cima do goleiro Howard. Depois, coube a Altidore ter grande chance pela equipe americana. O atacante penetrou pelo lado esquerdo da área e bateu para o gol. Green defendeu a bola, que explodiu na trave direita e saiu.

Com o passar do tempo, os ingleses foram exercendo certo domínio. Os Estados Unidos passaram a ter dificuldades para atacar e só o English Team foi criando algumas chances. Na principal delas, aos 30, Rooney deixou Wright-Phillips livre no lado esquerdo da grande área. O meia-atacante bateu na direção de Howard, e a bola saiu.

Os dois treinadores mexeram então no ataque. Crouch entrou na vaga de Heskey no lado inglês e Buddle tomou o lugar de Findley nos EUA. Daí até o fim, a Inglaterra foi melhor e esteve mais perto de marcar. Houve cruzamentos para Crouch, jogadas individuais de Rooney, mas a rede não voltou a balançar. Um ponto para cada equipe após o apito final.

Argentina supera dificuldades na defesa e vence a Nigéria

De terno e gravata, Maradona se conteve para não chutar a gol quando a Argentina piorou
De terno e gravata, Maradona se conteve para não chutar a gol quando a Argentina piorou

Em sua estreia na Copa do Mundo, a Argentina mostrou que os seus defensores não estão à altura dos atacantes. A equipe comandada por Diego Armando Maradona foi envolvente no estádio Ellis Park, neste sábado, mas ofereceu muitos espaços à Nigéria. Ao menos o gol da vitória por 1 a 0 foi marcado por um zagueiro, Heinze, de cabeça.

Com o resultado, a Argentina alcançou os mesmos 3 pontos da Coreia do Sul (que derrotou a Grécia por 2 a 0, também neste sábado) no grupo B do Mundial da África do Sul, mas leva desvantagem de um gol de saldo. Os gregos e os nigerianos dividem a lanterna da chave.

O confronto deste final de semana foi o terceiro entre Argentina e Nigéria em Copas do Mundo. Nos dois jogos anteriores, os sul-americanos também venceram: 2 a 1 em 1994, com Maradona dopado em campo, e 1 a 0 em 2002.

A próxima rodada do grupo B será disputada na quinta-feira, dia 17 de junho. A Argentina enfrentará a Coreia do Sul em Johanesburgo, e Nigéria e Grécia tentarão a reabilitação em Bloemfontein.

O jogo - O futebol da Argentina nos minutos iniciais de partida era tão elegante quanto o seu técnico. Diante de um Diego Armando Maradona de terno e cabelos bem penteados, a equipe sul-americana trocava passes rápidos e chegava com facilidade ao ataque.

Lionel Messi parecia não sentir o peso da missão de guiar o "Rolls Royce da Argentina", como Maradona definiu, ao título mundial. Contestado por não repetir na seleção as suas boas atuações pelo Barcelona, o astro tabelou bonito com Tevez logo na primeira jogada de ataque. Em seguida, cruzou para Higuaín desperdiçar uma oportunidade clara de gol.

Maradona estava radiante com o começo de jogo de seus comandados. Com uma medalha presa à mão, o ídolo argentino amarrotou definitivamente o seu terno ao saltar de maneira frenética aos seis minutos: Juan Sebastián Verón cobrou escanteio na área, e Heinze deu um peixinho para fazer o primeiro gol de sua equipe no Mundial. A Nigéria reclamou de falta no lance.

O gol era o que restava para a animação contagiar quase todo o público presente no Ellis Park. Os torcedores argentinos cantavam bastante e chegavam a competir em barulho com as ruidosas vuvuzelas. No gramado, o time de Maradona continuava a justificar a condição de um dos favoritos ao troféu na África do Sul. Higuaín perdeu outra chance em assistência de Tevez, e Messi obrigou o goleiro Enyeama a fazer grande defesa em um chute forte.

A exceção ao bom rendimento da Argentina era a sua defesa. Embora fossem ágeis no ataque, os bicampeões mundiais sofriam com a desorganização a cada investida da Nigéria. Taiwo, no entanto, precisava aprimorar os cruzamentos. Obasi, Yakubu e Obinna se movimentavam bastante, mas faziam o goleiro Romero trabalhar pouco.

Mesmo com os sustos defensivos, Maradona cumprimentou os seus atletas com entusiasmo quando o primeiro tempo acabou. Afagou Di María, o menos eficiente dos seus atacantes até então, e fez questão de incentivar os zagueiros. Pela Nigéria, o treinador sueco Lars Largerback preferiu esperar a etapa complementar para fazer alterações.

No início do segundo tempo, a Argentina perdeu o seu poderio ofensivo e não foi a mesma. Largerback entrou em ação: trocou Obinna e Obasi por Oba Oba Martins e Odemwingie. Como a Nigéria passou a pressionar pela primeira vez na partida, aproveitando as falhas de marcação de Jonás Gutiérrez, foi a vez de os africanos vibrarem no Ellis Park.

Para conter o ímpeto nigeriano, Maradona finalmente fez as suas substituições. Maxi Rodríguez entrou no lugar de Verón com a incumbência de dar tranquilidade à Argentina. E Diego Milito ocupou o espaço de Higuaín para resgatar a força ofensiva da equipe, que já se limitava a contra-atacar. Inspirado, o goleiro Enyeama evitava que o perigo fosse maior à Nigéria.

No final, contudo, a Argentina abdicou do ataque para valorizar a posse de bola. A ordem de Maradona era assegurar o resultado positivo, com Burdisso na vaga de Di María. Ficou mais fácil porque a Nigéria já demonstrava cansaço e não incomodava Romero.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Alonso diz que segundo lugar no treino dá moral, mas prega humildade

Piloto aposta em bom desempenho da Ferrari no GP do Canadá.

Alonso Ferrari treino Canadá

Alonso foi o segundo mais rápido no segundo
treino livre no Canadá (Foto: Getty Images)

Dono do segundo melhor tempo na última sessão de treinos livres para o GP do Canadá, Fernando Alonso declarou que "qualquer bom resultado é uma injeção de moral", mas lembrou que é preciso sempre ter os pés no chão.

- Temos de ser inteligentes e não nos empolgarmos demais quando conseguimos um bom resultado, nem ficarmos pessimistas quando o resultado é ruim - disse o piloto da Ferrari.

Ele lamentou o fato de a equipe não ter conseguido estar no mesmo nível de McLaren e da RBR no GP da Turquia, há duas semanas, mas planeja uma boa participação no Canadá.

- Não termos sido competitivos na Turquia foi um golpe duro para a equipe. Aqui chegamos outra vez com muita vontade e concentração. Hoje tudo fluiu bem, mas amanhã pode ser um dia difícil para nós. Qualquer bom resultado é uma injeção de moral, mas com os pés no chão.

Como prova de que a humildade não está presente apenas no discurso, o bicampeão mundial lembrou que sua trajetória na Turquia começou bem, como no Canadá, mas terminou mal.

- É bom lembrar que na Turquia fui quinto no segundo treino da sexta-feira e depois não consegui passar do Q2 na classificação de sábado. Não é possível saber em que nível estamos até que chegue o treino de amanhã.

GP Canadá

Vettel é o mais rápido no segundo treino livre para o GP do Canadá

Felipe Massa é o melhor brasileiro, conseguindo o quinto melhor tempo.

Jenson Button não conseguiu repetir a performance da primeira sessão de treinos livres para o GP do Canadá, em Montreal. O atual campeão, que tinha feito a volta mais rápida pela manhã com sua McLaren (1m18s127), ficou com o 11º tempo e viu Sebastian Vettel comemorar o primeiro. O alemão da RBR, foi o mais rápido na segunda sessão, com 1m16s877, melhorando a quinta colocação obtida anteriormente. O espanhol Fernando Alonso, da Ferrari, foi o segundo melhor (1m16s963), seguido do alemão Nico Rosberg, da Mercedes (1m17s151), e de Mark Webber, da RBR (1m17s304).

Vettel RBR treino CanadáSebastian Vettel, da RBR, faz o melhor tempo na segunda sessão de treinos livres (Foto: Getty Images)

Entre os brasileiros, Felipe Massa melhorou seu desempenho conseguindo a quinta marca (1m17s401). Na sessão anterior ele tinha obtido a 12ª, mas ainda assim não superou Fernando Alonso. Rubens Barrichello caiu duas posições e ficou com o 12º tempo (1m18s385). Já Bruno Senna, da Hispania, foi o 21º e viu novamente o indiano Karun Chandhok ficar à sua frente: 1m21s097 contra 1m20s879. Lucas Di Grassi, da VRT, foi o último nao segundo treino (1m21s577).

Confira os tempos do segundo treino livre em Montreal:

1 - Sebastian Vettel (ALE/RBR-Renault) -1m16s877 (32 voltas)
2 - Fernando Alonso (ESP/Ferrari) - 1m16s963 (35)
3 - Nico Rosberg (ALE/Mercedes) - 1m17s151 (34)
4 - Mark Webber (ALE/RBR-Renault) - 1m17s273 (33)
5 - Felipe Massa (BRA/Ferrari) - 1m17s401 (33)
6 - Adrian Sutil (ALE/Force Indian-Mercedes) - 1m17s415 (28)
7 - Lewis Hamilton (ING/McLaren-Mercedes) - 1m17s522 (29)
8 - Robert Kubica (POL/Renault) - 1m17s529 (36)
9 - Michael Schumacher (ALE/Mercedes) - 1m17s688 (34)
10 - Vitantonio Liuzzi (ITA/Force India-Mercedes) - 1m17s903 (35)
11 - Jenson Button (ING/McLaren-Mercedes) - 1m17s961 (33)
12 - Rubens Barrichello (BRA/Williams-Cosworth) - 1m18s385 (27)
13 - Nico Hulkenberg (ALE/Williams-Cosworth) - 1m18s447 (41)
14 - Vitaly Petrov (RUS/Renault) - 1m18s582 (40)
15 - Pedro de la Rosa (ESP/Sauber-Ferrari) - 1m18s658 (34)
16 - Kamui Kobayashi (JAP/Sauber-Ferrari) - 1m19s142 (38)
17 - Sebastien Buemi (SUI/STR-Ferrari) - 1m19s168 (32)
18 - Jaime Alguersuari (ESP/STR-Ferrari) - 1m19s274 (41)
19 - Heikki Kovalainen (FIN/Lotus-Cosworth) - 1m19s969 (35)
20 - Karun Chandhok (IND/Hispania-Cosworth) - 1m20s879 (29)
21 - Bruno Senna (BRA/Hispania-Cosworth) - 1m21s097 (31)
22 - Jarno Trulli (ITA/Lotus-Cosworth) - 1m21s346 (11)
23 - Timo Glock (ALE/VRT-Cosworth) - 1m21s488 (25)
24 - Lucas Di Grassi (BRA/VRT-Cosworth) - 1m21s577 (30)

Primeiro dia da Copa do Mundo tem festa e heróis, mas nenhum vencedor

Empates nos dois primeiros jogos pelo grupo A movimentam abertura do 19º Mundial de Futebol e fazem a alegria da torcida sul-africana

Para explicar o balaço, há quem tenha dado crédito à tão mal-afamada Jabulani, jaburu em forma de bola, a Geni das esferas. O chute quase sobrenatural de Tshabalala, jogador cujo nome é praticamente uma comemoração, foi a maior alegria do primeiro dia de uma Copa do Mundo que promete ser marcada pelas celebrações e demonstrações de euforia do povo sul-africano. Aos 10 minutos do segundo tempo do jogo inaugural entre os anfitriões e o México, o contra-ataque fulminante teve lançamento de Mphela, quase um Gérson na altitude mexicana, e a mão de Carlos Alberto Parreira, que soube mudar o jogo dos Bafana Bafana no intervalo. Foi assim, tomado por exageros e 84.490 torcedores, que o estádio Soccer City explodiu de felicidade naquele momento. No país inteiro, em grandes festas ao ar livre, 49 milhões vibraram junto.

Só não deu para comemorar a vitória. O México, que tinha dominado o primeiro tempo, não estava disposto a repetir sua sina de jogar como nunca, perder como sempre: beneficiado pela ingenuidade da defesa sul-africana ao tentar a tática do impedimento, o experiente zagueirão Rafa Márquez se viu livre com a bola dentro da pequena área e botou pra dentro. Parreira ainda fez uma substituição que contraria sua fama de defensivista: trocou o cansado meia Pienaar pelo atacante Parker, e por pouco não sai dali coroado como uma espécie de Rei Leão: aos 44 minutos, depois de um chutão do goleiro Khune, Mphela dominou com a cabeça já na área mexicana e tocou de canhota, na saída do goleiro: a bola bateu na trave. Placar final: 1 a 1.

besouro cerimônia de abertura copa do mundoBesouro rola a Jabulani (Foto: agência Reuters)

Isso não impediu que as vuvuzelas continuassem sendo sopradas e o barulho ensurdecedor ecoasse por muito tempo após o apito final. Não deu nem para o técnico brasileiro dar entrevista... Sem conseguir escutar nadinha, ele desistiu após a primeira pergunta... Desfecho inusitado, porém pouco surpreendente para quem tinha acompanhado mais cedo a cerimônia de abertura no Soccer Stadium.

Foram pouco mais de trinta minutos de espetáculo, suficientes para deixar clara a exuberância cultural da África do Sul. No desfile, um momento de humor involuntário: um dos símbolos nacionais, uma espécie de escaravelho que se especializou em rolar bolas gigantescas de estrume (e conhecido como besouro rola-bostas), apareceu, em versão gigante, rolando a famigerada Jabulani. As atrações musicais - que incluíam, além dos locais Hugh Masekela e o os Soweto Spiritual Singers, o americano R. Kelly, o argelino Khaled, e o nigeriano Femi Kuti - não ofuscaram uma grande ausência, a de Nelson Mandela, que sofreu com a morte de sua bisneta ontem, em acidente automobilístico, ao voltar do show de abertura da Copa, no Orlando Stadium, em Soweto.

Faltou Futebol a França e Uruguai

Dizem que a França sempre começa em vantagem porque hino mais empolgante que a Marselhesa não há. Verdade. Mas é preciso também jogar bola. E ter um Zinedine Zidane no time ajuda bastante. Só que a França não tem mais Zizou. Precisa se esquecer dele e passar para outra fase da sua história. Esta primeira partida de Copa do Mundo, contra o Uruguai, poderia ser um primeiro passo nessa fase francesa pós-Zidane. Não foi.

E bem que a França começou a jogar melhor. Tomou a iniciativa e o Uruguai, de Diego Lugano, se defendia, na base da raça. O toque de bola francês é melhor e, passado o momento de nervosismo inicial, a bola é colocada no chão e as jogadas começam a fluir. Como se previa, Ribery é o mais perigoso. Escapa pela esquerda, cruza e Govou quase marca.

Mas Diego Forlán dá o troco e o goleirão francês espalma. Nem tenta segurar a Jabulani, que chega cheia de efeito. Forlán é o mais perigoso, pelo lado uruguaio. Quando chega. Mas não chega muito, mesmo porque a bola não vai muito até ele. O maior problema do Uruguai é no meio-campo. Não cria. A França tem mais volume de jogo, mas pouco ameaça o gol uruguaio. Na verdade, os goleiros, até o intervalo, tiveram pouco trabalho.

O engraçado é que, no primeiro tempo, prenunciava-se um jogo melhor do que ele realmente foi. No segundo, houve pouca coisa além de marasmo. Aos 26’ entrou Thiery Henry no lugar de Anelka, para tentar mudar o jogo. Aos 27’ Forlán perde a maior chance do Uruguai e, em seguida, entra o Loco Abreu, para delírio da torcida do Botafogo. É o Fogão na Copa.

Lodeiro, do Uruguai, tem a duvidosa honra de ser o primeiro a ser expulso na Copa da África, aos 36’, com toda a justiça. Com 10 em campo, a coisa ficou mais complicada para o Uruguai que, mais do que nunca, limitou-se a se defender. E foi só. A França perdeu a sua pouca criatividade e, com mais volume, mas pouca eficácia, não chegou a ameaçar de fato. Um 0 x 0 clássico. Quer dizer: chato. Porque existem 0 x 0 interessantes, mas este não foi um deles.

Para nós, esse jogo tinha um significado especial, pois essas duas seleções marcaram (negativamente) a trajetória da seleção brasileira. O Brasil foi a sete finais de Copa ao longo da história. Perdeu duas e ganhou cinco. Das que perdeu, uma foi para o Uruguai, em 1950, e outra para a França, em 1998.

Mas isso foi o passado. Do jeito que jogaram, França e Uruguai parecem ter pouca coisa a apresentar neste Mundial. A França talvez possa evoluir; o Uruguai, não vejo como, pois é bem limitado. Em todo caso, este grupo A ficou bem embolado, com todo mundo com um ponto cada – África do Sul, México, Uruguai e França. Qualquer um pode se classificar ou ficar de fora, pelo que apresentaram nesses dois primeiros jogos.

Na verdade, faltou futebol. As duas seleções têm muita tradição – três títulos mundiais, dois do Uruguai e um da França. Tradição vale, mas não ganha jogo. E nem dá espetáculo. Numa escala de 0 a 10, eu daria 4 a este França x Uruguai. O melhor ainda está por vir. Esperamos.